domingo, 20 de novembro de 2011
Limpeza
A ovulação que desperdiçamos
Em noite de espanto e exagero
Insisnuou-se, madrugada de sonho
Derramou-se viscosa nos lençóis
E feriu imaculada alvura de cetim,
Contaminando hospitalidade alheia
Apesar do susto, desinfetamos culpa
Nossa impureza, nosso embaraço
Dissolveram-se no pó do sabão
E desapareceram, enxaguadas
Uma a uma, nossas promessas
Para sempre sopradas no varal
Mas agora, o tempo em vendaval
Trouxe a mancha terrosa, esquecida
O sangue recalcado, puro, lavado
Despoluído do sortilégio do amor
Na forma de encardida saudade
De tudo, do todo que restou nada
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Portrait
Olho uma foto de seu corpo
Retrato em luz e sombra.
Ângulo curvelíneo se insinua
E impregna minha lembrança
Contornos do instante ido
Em que você, nua, me beijou.
Mas é o brilho transparante
Do olho curioso a me fitar
Que me capta e me revela
Triste em preto & branco.
Para sempre preso à memória
Nitidez que retém a alma.
Rio, novembro, 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
Desbuscando
Queda-se imóvel em pleno voo
Improcura, delirante, o racional
Perde-se de si em plena luz
e refaz a alma, renascendo
Todos os sonhos desmancha
Regozija-se em descontentamento
Tristonho riso que apazigua
Sentimentos em desmistérios
Desfala o retumbante grito
Um novo idioma inventa
Em que, do silêncio aflito,
Desbusca a infinda infância
Rio, novembro 2011
Improcura, delirante, o racional
Perde-se de si em plena luz
e refaz a alma, renascendo
Todos os sonhos desmancha
Regozija-se em descontentamento
Tristonho riso que apazigua
Sentimentos em desmistérios
Desfala o retumbante grito
Um novo idioma inventa
Em que, do silêncio aflito,
Desbusca a infinda infância
Rio, novembro 2011
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