Parte das meninas na redação: insuportavelmente maravilhosas...
Na editoria em que trabalho no Globo, a de assuntos econômicos, há cinco homens e 22 mulheres. Isso quer dizer que tenho diariamente uma overdose de universo feminino que é ao mesmo curioso e instigante; assustador e assombroso. Não me entendam mal. Acho que a atenção aos detalhes e uma sensibilidade à flor da pele dão às meninas instrumentos para fazer um jornal mais palatável sobre um assunto árido e, normalmente, sem graça. Mas o convívio no dia-a-dia é temperado por mudanças súbitas de humores, um universo de informações sobre roupas, sapatos, bebês, creches, unhas, depilação, pele... só sobre cores, elas têm denominações que nunca poderia imaginar, bege terroso e coisa e tal... Milhões de detalhes sutilíssimos, que me fazem querer falar de futebol, só para me reconhecer como gente e me certificar de que a vida também pode ser simples.
Com o tempo, as afinidades e o convívio, as meninas começam a ter tpm no mesmo período e, nesses dias, é um deus-nos-acuda. A maldade em tom de doçura. Provocador, desato temporais quando reafirmo minha tese de que a tpm é uma invenção dos laboratórios multinacionais a partir do puritanismo americano. Pronto, sou deliciosamente execrado em praça pública. Mas quando estão serenas, é o melhor lugar do mundo para se trabalhar. Ouço com atenção tudo o que elas falam dos homens em geral, e especialmente dos maridos, namorados, ficantes e coisa e tal, para ver se aprendo algum atalho ao coração dessas ninfas. Mas minha cognição, com tão poucos hormônios, não foi feita para entendê-las. Então, rendo-me ao encantamento.
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