sábado, 3 de outubro de 2009

Chope centenário


A rara chopeira torneada do Bar Brasil garante a cremosidade certa. Pena que a Brahma não a fabrique mais. Uma relíquia

As novas gerações de jornalistas não bebem e não têm alma boêmia. Não sei se é porque agora eles chegam às redações tão novinhos, inexperientes da vida. Mesmo o pessoal com quem trabalho atualmente no Globo, que não são tão novos assim, preferem sempre ir para casa não importa como tenha sido o dia na redação. Minha velha turma da boemia foi se espalhando para outras seções, outros jornais, outras cidades e agora sou quem quase nunca vai a um bar durante a semana. Mas a chegada de uma amiga, que está na sucursal de Brasília do jornal, procovou um reencontro nessa quinta-feira no centenário Bar Brasil (na verdade, 102 anos), até fechar, e saideira no Capela.


Tomando a saideira, antes de ir pro Capala fechar a noite

Gosto muito do Bar Brasil. Para mim não tem chope melhor na cidade e mesmo aqueles que não pensem assim, certamente colocarão o chope da casa entre os cinco melhores. A cozinha alemã tem suas virtudes também, mas é a atmosfera da Lapa do início do século passado, da malandragem de terno branco, dos compositores, poetas e sambistas. Sob o imenso pé-direito, muitas histórias, muitos dramas... e seu José Otero, com aquele sotaque português quase incompreensível de tão rápido, uma figura.


A geladeira de madeira, outra relíquia que está em pleno uso no Bar Brasil

Foi bom matar a saudade, de minha amiga, Flavinha, e do Bar Brasil. Na reportagem que fiz sobre os bares centenários, para a Revista do Globo, não coloquei o Bar Brasil porque ele já era consagrado, e eu queria lançar luz sobre alguns que são menos conhecidos do grande público, como o Restaurante 28 e o Bar do Jóia. Me arrependi. O Bar Brasil merece estar em qualquer lista de bares tradicionais. Acabei fazendo uns retratos com o celular.


A expulsadeira...

13 comentários:

Marcelo Amorim disse...

Cara, que belo lugar, esse. O Rio é um perigo pra quem, como eu, não tem o menor controle sobre seu limite alcoólico. Onde encontro essa matéria sobre bares centenários que você fez, Paulo?

ipaco disse...

Salve Marcelo, essa matéria saiu na Revista do Globo, se não me engando, no dia 15 de fevereiro. Nela trato de alguns bares de Rio e Niterói que são centenários e correm o risco de fechar por uma série de fatores, mas sobretudo pela indisposição dos herdeiros em continuar o negócio. Como já se passou muito tempo, não sei como vc conseguiria uma cópia, mas eu publiquei aqui no Pendura a íntegra da matéria, basta ver os posts de fevereiro. Abs.

ipaco disse...

Marcelo, fui lá e peguei o link:

http://penduraessa.blogspot.com/2009_02_01_archive.html

Foi realmente postado no dia 15, no mesmo dia em que saiu a reportagem, feita com um excelente fotógrafo e amigo, chamado Custódio Coimbra. Abs.

Marcelo Amorim disse...

Obrigado, Paulo. Na verdade, agora me dei conta de que tinha lido o post, só não liguei o nome ao conteúdo. De qualquer forma, vale uma revisitada, sem dúvida, coisa que vou fazer já já.

Thiago Panza Guerson disse...

Fui somente uma vez no Bar Brasil e olha que moro bem perto! Diga Paulo, qual o melhor chope do centro?
Abração!

Marcelo Amorim disse...

Thiago, do centro de Curitiba é o do Schwarzwald, ou Bar do Alemão, pros íntimos. Anota aí, pra quando vier pra cá ;-)

Marcelo Moutinho disse...

Marcelo, o Bar do Alemão é aquele que tem uma feirinha em frente aos domingos?

ipaco disse...

Thiago, para mim o do Bar Brasil é o melhor da cidade. Mas no ranking dos melhores coloco: Adonis, Real Chope, Amendoeira e Bracarense. Sinto muita saudade do chope do Penafiel da Gamboa e do velho Monteiro, que mudou a chopeira. O Bar Luiz mudou o chope e não ficou ruim, mas não manteve a excelência de antes.

ipaco disse...

Amorim, quero conhecer o Bar do Alemão. Vou combinar com o Moutinho pra gente ir juntos. Abs.

Marcelo Amorim disse...

Incluam-me nessa, senhores! Moutinho, sim, é esse mesmo. É um dos bons lugares desta cidade. (desculpem o atraso na resposta, mas não acesso internet do mato onde moro)

andrea canto disse...

Muito gostosa de ler sua "matéria"sobre botecos...nem sou tão botiquineira assim, mas adoro todo esse clima e tb ja postei fotos de botequins, mais pela estética.
E tb tenho saudades do Penafiel, era o melhor português do Rio, uma pena...outro dia fui num meio pé-sujo nas esquinas de resende com gomes freire e adorei , acho que é a informalidade...
obrigada por gostar dos meus quadros, estão à venda, rsrsrs
bjs!

ipaco disse...

É a informalidade, com certeza. Quanto aos quadros, assim que $ituação melhrorar, quem sabe não ponho uma daquelas cadeiras na minha sala... bjs.

andrea canto disse...

rsrsrs...
bjs