domingo, 27 de junho de 2010

Fotojornalismo contemporâneo


A fotografia digital chegou a tal avanço tecnológico, considerando-se desde as máquinas fotográficas a programas de tratamento de imagem, que hoje em dia qualquer mentecapto é capaz de fotografar em foco e com equilíbrio de luz. Lá no Globo, por exemplo, chegam fotos de leitores todos os dias e muitas delas são aproveitadas para registrar um evento, um instantâneo. Enfim, o domínio técnico, que sempre foi muito valorizado por estas bandas como diferecial entre profissionais e amadores, deixou de ser um grande abismo entre essas duas classes de fotógrafos.


No caso do fotojornalismo, se por um lado cresceu a concorrência, com centenas de fotos de leitores chegando ao jornal, por outro lado, obrigou os profissionais a repensarem o que os fazem distintos dos demais "retratistas", deslocando o assunto da técnica e do equipamento para a linguagem fotográfica propriamente dita. Isso vai levar, acredito, a uma produção fotográfica mais interessante, consciente e elaborada como linguagem, como identidade visual do fotógrafo etc.


Então, para encerrar essa série de posts sobre meus fotógrafos preferidos, coloco no ar algumas fotos de Michael Ackerman. Fotógrafo da prestigiosa agência Vu, uma sucessora da Magnum, que exige de seus fotógrafos uma identidade, uma marca visual. Tenho um livro dele, sobre a Índia, chamado End Time City, que foi à época um choque. Ackerman trabalha com câmara de grande formato e baixa velocidade, em preto e branco, borrando as imagens e dando um sentido de dramaticidade bastante eloqüente.

terça-feira, 22 de junho de 2010

As gangues de Joseph Rodríguez


A National Geographic era (e ainda é) considerada um sonho para muitos fotógrafos nas últimas décadas do século passado. O rigor com que os editores da revista selecionavam trabalhos fotográficos e colaboradores, tendo já uma staff de primeira linha, era altíssimo, de modo que publicar uma reportagem na Geo era garantir um cartão postal profissional invejável. Naqueles anos, a revista, que é na verdade nada mais do que o boletim da National Geographic Society, tinha uma linha editorial muito marcada por discussões sociais. Ou seja, embora fossem realizadas muitas matéiras das chamadas ciências duras (êpa!), geografia física, arqueologia, física, matemática etc., suas reportagens primavam bastante por um caráter etnográfico, temas antropológicos e sociológicos e de geografia humana.


Porém, no fim dos anos 1990, a Sociedade mudou o editor da revista e resolveu se concentrar nos assuntos tidos como "mais científicos". Para desapontamento de muitos fãs, a revista passou a ter muitas reportagens sobre biologia, química etc. A velha linha editorial, porém, deixou saudade e lançou alguns nomes. Uma das reportagens que mais gostei daquele período foi a realizada pelo fotógrafo Joseph Rodríguez sobre o Harlem hispânico nova-iorquino. Passei então a acompanhar o trabalho desse excelente fotógrafo e a forma etnográfica como trabalha, convivendo com as famílias e os grupos que retrata. Depois do Harlem, ele fez um sobre gangues de Los Angeles. São elas que estão neste post, tiradas da internet.

domingo, 20 de junho de 2010

Outros caminhos


A sacação de que há um instante decisivo na fotografia, como observou Cartier-Bresson, sugere, de um lado, uma integração entre fotógrafo, câmera e objeto, mas, ao mesmo tempo, um lugar para cada um desses três elementos no ato de fotografar, o que implica o afastamento do fotógrafo do objeto, mediado pela câmera. Os três entrariam em equilíbrio num determinado momento da cena, da ação. Essa integração é que constituiria, por assim dizer, a intuição do fotógrafo, levando-o a fazer o clique na hora certa. Esse raciocínio dominou a fotografia do século 20 e até hoje é muito válido, sobretudo no aspecto estético da fotografia instantânea. Mas há outros caminhos.

Sebastião Salgado é um exemplo. Seus trabalhos partem de um envolvimento com o objeto, que, aliás, não teria sequer esse nome frio e generalizante (e que coloca o fotógrafo numa posição de superioridade estética). Para Salgado, cada elemento de sua foto é uma pessoa, não um objeto. E mais. Cada pessoa tem um nome e uma história que vale a pena contar através da imagem. Seu primeiro trabalho que vi, no início da minha carreira como jornalista, no fim dos anos 80, foi a exposição do deserto de Sahel. Um trabalho impactante, muito superior aos trabalhos de fotojornalistas que estava acostumado a acompanhar por aqui, como Evandro Teixeira e Walter Firmo, para citar dois ícones do fotojornalismo brasileiro e excelentes fotógrafos, o primeiro vindo da tradição fotográfica do Jornal do Brasil, referência para o país naquela época.

Aquelas fotos de Salgado eram em todos os sentidos algo que ainda não havia visto. Eram mais do que o instante decisivo de Bresson. Eram de uma força viva. Os personagens tinham um quê de intimidade com a câmera e, por extensão, com quem olhasse aquelas imagens. Numa palestra-debate realizada após a inauguração da exposição, Salgado esclareceu isso, afirmando que convivia com as pessoas a ponto inclusive de saber os nomes de cada uma delas.


Outra coisa que me chamou a atenção naquele debate foi sua reclamação de que as perguntas dirigidas a ele restringiam-se basicamente a descobrir que equipamento ele usava, o tipo de filme etc. (uma Leica convencional e filme preto e branco Tri-X ou Plus-X, além de um puta trabalho de laboratório). Isso o incomodou a ponto de repreender a platéia: "Vocês não vão perguntar nada sobre o trabalho?" Aquilo me chamou a atenção para uma coisa comum naquele então: a preocupação com técnica e equipamento dominava o debate da fotografia no país, mas quase não se falava sobre estética ou os princípios que guiam o olhar do fotógrafo em seu ofício.

Ou seja, sabia-se tudo sobre as possibilidades do novo flash SB-26 e sua sincronicidade com o obturador, mas não se refletia muito sobre como estruturar uma história (jornalística, estética, antropológica, econômica etc.) em termos de imagens. Não se pensava, por exemplo, sobre a foto de abertura do documentário nem a diversidade de imagens possíveis e necessárias em torno de um tema para se contar sua história. Me pareceu que a fotografia brasileira estava condenada ao talento selvagem e intuitivo (ou seja, não reflexivo) de seus heróis, pois a grande maioria não conseguia sair do passo inicial de admiração com o mundo da técnica e do equipamento. De certo modo, acho que essa visão ainda perdura. Se o vocabulário agora é digital, a gramática permanece a mesma: a técnica.

Neste post, coloco algumas fotos de Salgado sobre o Sahel, encontradas na internet.

sábado, 19 de junho de 2010

Retrato americano


A tradição americana para o documentário e o retrato vem desde os primórdios da fotografia. Não estou falando dos fotógrafos voltados exclusivamente para o portrait, como Richard Avedon, Annie Leibovitz, Ralph Gibson ou Robert Mapplethorpe. Me refiro aos trabalhos que mesclam documentário e retrato, como, por exemplo, a produção quase arqueológica de Dorothea Lange, que fez o retrato da Grande Depressão americana, nos anos 30. É impressionante ver nos olhos daquelas pessoas a crise, a falta de trabalho, a nação falida.

Tratam-se de documentários em que o portrait também está de algum modo presente de forma poderosa, muitas vezes roubando a atenção da cena em si. Ou seja, dentro das imagens que contam história estão igualmente retratos de pessoas que humanizam essas histórias. Diane Arbus e seu olhar para o exótico, trazendo em imagens aquilo que a sociedade evitava olhar, acabou fetichizando a ideia de estigma, com uma expressiva produção, muitas vezes constrangedora. Seu trabalho era documentário, era retrato e, por isso, era arte. Impossível ver aquelas imagens sem se transformar interna e intimamente.

Mas, para mim, quem realmente encarna essa tradição documentarista e do retrato é Mary Ellen Mark. Sua produção é extremamente incrível e maravilhosa. Mas vou ilustrar esse post apenas com uma foto, exatamente a primeira que ela tirou que a fez se sentir fotógrafa. A adolescente do retrato acima é uma menina turca e, segundo Mary, foi a primeira foto que deu a ela a sensação de que havia feito algo, uma verdadeira fotografia. Foi realizada em 1966, em Trabzon. A fotógrafa conta, num depoimento ao livro Talking Picture, que não falava turco e não podia dar instruções à menina para posar assim ou assado. Foi a própria menina que se colocou espontaneamente dessa forma, trazendo toda a ambigüidade da adolescência, onde estão presentes os traços da menina que se vai e da mulher que se forma.

Diz Mary Ellen Mark, no livro: "Ela se posicionou ali. Ela está numa idade maravilhosa, um tempo na vida que todos reconhecemos. Para mim, essa foto diz todas aquelass coisaa que vêm à cabeça quando pensamos numa jovem menina que se torna mulher. A criança nos olha tão sedutora, mas ao mesmo tempo seu rosto é lindo e inocente. Suas roupas contradizem sua atitude. Seu rosto e seu corpo não pertencem juntos."

Volto ao Bresson: há um momento em que fotógrafo e objeto são um mesmo todo, unidos pelo visor da câmara. As coisas vão acontecendo nessa ligação e, em determinado ponto, entram em equilíbrio todas elass. É aí que se deve fazer o clique. E isso tudo num átimo, num záz. É difícil, mas quando ocorre, temos uma fotografia. Mary Ellen Mark se tornou uma mestra nessa arte.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O instante decisivo


Amigos, com este post inicio uma série sobre meus fotógrafos preferidos. E para começar, traduzi um texto do Henri Cartier-Bresson, chamado O instante decisivo, que resume toda a lógica do ato de fotografar do gênio francês, fundador, ao lado de Robert Capa e outros, da agência Magnum, a agência que abrigou a nata do fotojornalismo do século XX. Hoje, a fotografia se digitalizou, muitos recursos foram criados, sobretudo após o ato da fotografia em si, no Photoshop e coisa e tal. Mas as observações de Bresson continuam válidas e distinguem boa e más fotografias na superprodução que abunda a internet e outros meios atualmente.



O instante decisivo

Há um novo tipo de plasticidade na fotografia, produto das linhas instantâneas desenhadas pelo movimento do objeto. O fotógrafo trabalha em uníssono com o movimento, como se este fosse o desdobramento natural de como a vida se revela. Porém, em meio ao movimento existe um instante em que todos os elementos que se movem ficam em equilíbrio. A fotografia deve intervir neste instante, congelando o equilíbrio.

O olhar do fotógrafo está constantemente avaliando. Um fotógrafo pode captar a coincidência de linhas simplesmente ao mover a cabeça uma fração de milímetro. Pode também modificar a perspectiva com um leve dobrar de joelhos. Ao colocar a câmara próximo ou distante do objeto, o fotógrafo pode desenhar um detalhe — ao qual toda a imagem pode ficar subordinada, ainda que tiranize quem faz a foto. De qualquer forma, o fotógrafo compõe a foto quase no mesmo tempo que leva para apertar o disparador: na velocidade de um ato reflexo.

Algumas vezes o fotógrafo pára, atrasa, espera que a cena aconteça. Outras vezes, há a intuição de que todos os elementos da foto estão lá, exceto por um pequeno detalhe. Que detalhe? Talvez, alguém repentinamente entrando no enquadramento do visor. O fotógrafo, então, acompanha seu movimento através da câmara. Espera, espera e espera, até que, enfim, aperta o botão — e então o fotógrafo fica com a sensação de que captou algo (embora não saiba exatamente o quê). Mais tarde, no laboratório, ele faz uma ampliação da foto e procura nela as figuras geométricas que saltam aos olhos e o fotógrafo se dá conta, então, de que a foto foi feita no instante decisivo. O fotógrafo fixou um padrão geométrico sem o qual a foto estaria sem forma e sem vida.

A composição deve ser uma das preocupações do fotógrafo, mas no ato de fotografar isso só ocorre a partir de sua intuição, já que ele está ali para captar o momento fugidio e todas as relações dos elementos que compõem a cena estão em movimento. Ao aplicar a “regra dos terços”, o único compasso que o fotógrafo tem são seus próprios olhos. Qualquer análise geométrica, qualquer redução da foto a um esquema, só pode ser feita — devido à sua própria natureza — depois que a foto foi tirada, revelada e ampliada. E aí, ela só pode ser usada para um exame post-mortem da cena.

Espero nunca ver o dia em que as lojas de equipamentos fotográficos vendam esquemas geométricos para colocarmos nos visores de nossas câmaras; ou a "Regra dos Terços"(!) colada nos nossos óculos. Se um fotógrafo começa a cortar uma boa foto, isto representa a morte à correta relação geométrica das proporções entre os elementos que compõem a imagem. Além do que, raramente ocorre de uma má foto, que tenha sido mal composta, seja salva pela reconstrução de sua composição no laboratório, pois a integridade da visão do fotógrafo não estará mais lá. Há muita conversa sobre os ângulos da câmara, mas os únicos ângulos válidos existentes são os ângulos da geometria da composição e não naqueles fabricados pelo fotógrafo que se deita no chão ou coisa que o valha para encontrar seu enquadramento.

1. A "Regra dos Terços" consiste em dividir o enquadramento em linhas verticais e horizontais, das quais os pontos "nobres" da imagem seriam aqueles das interseções dessas linhas.

* Tradução livre e informal do inglês por Paulo Thiago de Mello de trecho do livro The Decisive Moment, New York, 1952. Copyright 1952 Cartier-Bresson, Verve and Simon and Schuster.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Bangüê e a arte de Zé Lins no tempo


Comecei a reler Bangüê, do Zé Lins do Rego, e fiquei surpreso com minha admiração que, entre essa e a primeira leitura há muitos e muitos anos, só fez crescer, sem que me desse conta. Me encanta o domínio da narrativa, ao mesmo tempo enxuta, como é o gosto da prosa de hoje, mas com elementos líricos, aqui e ali, que trazem aquela "imageria" a quem lê com sensibilidade. Isso me fez pensar, mais uma vez, na transição, ocorrida na segunda metade do século passado, de uma cultura em que a cognição era basicamente literária, sendo o rádio o meio de comunicação de massa mais utilizado e a TV ainda uma novidade, para a percepção extremamente audiovisual dos dias de hoje.

Com a nova cultura, uma nova moral, evidemente. E a tendência é achar que à medida que a humanidade ocidental "evolui", se torna mais liberal e livre de preconceitos. Mas, imagine o que aconteceria hoje, só para ficar no exemplo da pedofilia, com a mania de Lewis Caroll de escrever cartas a suas amiguinhas. Ou se Nabokov escrevesse hoje sua Lolita. Outro dia ajeitava os livros de casa e encontrei um do fotógrafo Jock Sturges, autor da foto que ilustra esse post, especializado em nus de famílias em campos de nudismo, cujos portraits trazem muitas crianças nuas, algumas mal entradas na puberdade. Acredito que hoje esse livro seria proibido, como um juiz proibiu a publicação de um trabalho de um fotógrafo paulista, cujo nome não me lembro, porque trazia crianças nuas.

Enfim, como sempre, trata-se do óbvio. Os tempos mudam e com eles as noções de certo e errado, de puro e impuro, sujo e limpo e por aí vai (hoje, por exemplo, muitas mulheres consideram os pelos pubianos um desleixo anti-higiênico imperdoável e andam todas raspadinhas por aí... hum!). A reação de quem vem de outro tempo, às vezes, é agarrar-se a valores que já foram embora, como melhores do que os atuais. Outros têm uma capacidade invejável de se atualizar constantemente, sendo pessoas de espírito desenraizado. De qualquer modo, fico feliz de deixar Zé Lins me levar mais uma vez por seu engenho e, com ele, me emocionar diante encontro com o amor e o baque bruto da desiluão no coração.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Terra santa


A foto acima é da AFP. É uma menina palestina que foi alvejada por uma bomba de gás antimotim, ou algo que o valha, durante um protesto, na sexta-feira passada, em Jerusalém Oriental, o bairro palestino na cidade, que vem sendo ocupado por judeus. Pelo acordo original que criou o Estado de Israel, no fim dos anos 40, Jerusalém deveria ser uma cidade transnacional, sob administração da ONU. Dá para entender a briga por Jerusalém (desde os tempos em que Saladino enfrentou os cruzados), sendo a cidade considerada santa para judeus, muçulmanos e cristãos — lá estão o santo sepulcro, o muro das lamentações e mesquitas sagradas — e, sua parte oriental, escolhida como a capital de um futuro Estado palestino. Mas, após a guerra dos seis dias, em 1967, Israel anexou a cidade e a declarou sua capital não oficial, embora isso não seja reconhecido pela ONU. Ou seja, na Terra Santa há uma confusão dos diabos e muito ódio sobrando.

O que me impressionou na foto, além de sua evidente violência, é a participação de jovens e adolescentes nos confrontos. Outro dia vi na TV, num documentário, duas adoelescentes israelenses, de origem judia, dizendo que os palestinos tinham que ser expulsos, sim, pois aquela era a capital de Israel e eles não tinham nada que estar fazendo ali. Não estou falando de judeus ortodoxos, que estão ocupando áreas palestinas a revelia do próprio governo israelense, mas sim de duas jovens aparentemente de classe média.

Do outro lado, radicais do Hamas e outros tantos grupos islâmicos querem destruir Israel e os judeus, a quem não reconhecem o direito à existência, muito menos a um Estado — alguns malucos, como o Ahmadinejad, chegam mesmo a negar uma calamidade histórica vergonhosa e lamentável como o holocausto, o que é absurdamente grave. Mas, mesmo sem considerar esses radicais, vê-se nas fotos, nas marchas e protestos, jovens comuns, até mesmo crianças.

Isso tudo me deixa muito pessimista quanto a uma solução. Trata-se de uma confusão que passa pelo religioso, passa pelo étnico (não podemos esquecer o preconceito largamente disseminado contra os judeus), passa pelo político e também pelo econômico. E cada ato alimenta a reação do outro num círculo vicioso sem fim. Ou seja, é uma confusão dos diabos.

Defendo o direito de ambos os povos, palestinos e judeus, terem seu Estado, autodeterminação, autonomia, território etc e tal. E que Jerusalém continue sendo uma cidade transnacional. Uma solução que, a considerar pelo ataque à flotilha humanitária que levava víveres à Gaza, parece cada vez mais difícil.

Aliás, sobre o ataque, merece entrar para a série "declarações infelizes", a nota oficial do consulado de Israel de que os barcos estavam apinhados de terroristas armados até os dentes. Estou mailing list do consulado de Israel e recebi a nota oficial do cônsul, dizendo que as tropas reagiram ao serem atacadas por terroristas e coisa e tal. E, enquanto lia essas desculpas esfarrapadas, via as fotos das agências de notícias, mostrando uma atiradeira apreendida... Era melhor ter ficado calado.