domingo, 27 de junho de 2010

Fotojornalismo contemporâneo


A fotografia digital chegou a tal avanço tecnológico, considerando-se desde as máquinas fotográficas a programas de tratamento de imagem, que hoje em dia qualquer mentecapto é capaz de fotografar em foco e com equilíbrio de luz. Lá no Globo, por exemplo, chegam fotos de leitores todos os dias e muitas delas são aproveitadas para registrar um evento, um instantâneo. Enfim, o domínio técnico, que sempre foi muito valorizado por estas bandas como diferecial entre profissionais e amadores, deixou de ser um grande abismo entre essas duas classes de fotógrafos.


No caso do fotojornalismo, se por um lado cresceu a concorrência, com centenas de fotos de leitores chegando ao jornal, por outro lado, obrigou os profissionais a repensarem o que os fazem distintos dos demais "retratistas", deslocando o assunto da técnica e do equipamento para a linguagem fotográfica propriamente dita. Isso vai levar, acredito, a uma produção fotográfica mais interessante, consciente e elaborada como linguagem, como identidade visual do fotógrafo etc.


Então, para encerrar essa série de posts sobre meus fotógrafos preferidos, coloco no ar algumas fotos de Michael Ackerman. Fotógrafo da prestigiosa agência Vu, uma sucessora da Magnum, que exige de seus fotógrafos uma identidade, uma marca visual. Tenho um livro dele, sobre a Índia, chamado End Time City, que foi à época um choque. Ackerman trabalha com câmara de grande formato e baixa velocidade, em preto e branco, borrando as imagens e dando um sentido de dramaticidade bastante eloqüente.

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