Moa e Marluci na festa de aniversário de Janjão, no ano passado
Conheci o Moa através do Baiano, quando trabalhava na primeira edição do Rio Botequim, no fim dos anos 90. Além de músico e compositor, Moa também é escritor de mão cheia e engana-se quem pensa que sua prosa é coisa das horas vagas, quando descança o violão. Dois livros com crônicas de botequins não me deixam mentir. Manual de sobrevivência nos botequins mais vagabundos, sobre o qual tive a honra de escrever uma resenha para o Prosa & Verso, e Botequim de bêbado não tem dono.
Arguto observador do cotidiano, Moa tem o dom do cronista da cidade, tirando dos pequenos e repetitivos rituais de convivências nos botecos lições profundas de vida, aulas de etiqueta social e convivência, enfim, um retrato vivo da cidade que se esconde nesse cotidiano. A esquina, o garçom, o balcão, o banheiro, o choro na dose de uísque etc. etc. etc. Nada escapa ao olhar perspicaz do artista.
Também quero indicar aqui o sensacional Correio da Lapa (clique aqui), um jornal eletrônico sobre o bairro boêmio carioca, editado por meu amigo Alfredo Herkenhoff. Só ali você encontra notícias de primeira mão sobre personagens lapianos, seus botecos e gurufins. Alfredo escreve febrilmente e sua coluna social, digamos, não convencional no Jornal do Brasil foi um dos últimos momentos de brilho desse ex-grande jornal. Toda essa verve agora está nas páginas eletrônicas do Correio da Lapa. Também aguardamos ansiosamente o Livro da Lapa, um projeto que Alfredo vem acalentando há alguns anos. Diz a lenda que há mais de mil nomes citados nas páginas desse livro mitológico.
2 comentários:
Grande Paulo!
Há um tempo atrás freqüentava seu outro blog (pindorama 2) e hoje, visitando novamente o blog do Moacyr, te reencontrei. Uma amiga do trabalho sabendo que gosto muito de botequim, levou-me sua matéria que saiu na revista do Globo, que por sinal, foi ótima!
Abração!
Salve, Thiago. Seja bem-vindo neste novo blog. Decidi fazer o Pendura para falar só de boteco, boemia e afins e também porque o Pindorama estava cheio de janelas popups de propagandas que eram colocadas a minha revelia. Isso me encheu o saco e, infelizmente, já está acontecendo aqui também. Quanto à matéria da revista, pois é, a idéia surgiu de uma conversa com o Custódio, o fotógrafo, e fomos em frente. Foi bem legal fazer essa matéria, que acabou escolhida como a terceira melhor do mês internamente lá no Globo. abração. pt
Postar um comentário