quarta-feira, 18 de março de 2009

Notas tristes


Barril na rua e Juca, no centro, cercado de amigos, como Mila Chaseliov e Zé Octávio (à esquerda), o sócio Edgar e um amigo

Amigos, como a nota é triste, vou direto ao ponto. O querido Juca Ribeiro, dono do Bar do Serafim e de outras boas casas do ramo na Zona Sul e na Lapa carioca, está internado novamente. O fígado parece contrariar a enorme vontade de viver desse português de Trás Os Montes, famoso pelos bigodes à la século XIX, que conheci nos idos dos anos 80, quando ele tinha um pequeno pé-sujo perto do Lamas, chamado Adega do Juca, onde uma turma de velhos jornalistas costumava se calibrar com seu famoso coquinho, antes de atacar o filé do bar centenário. Anos mais tarde, quando comecei a fazer as pesquisas do Rio Botequim, nossa amizade se estreitou e hoje tenho orgulho de estar na parede do Bar do Serafim, numa foto ao lado dele.


Juca, à direita, e seus bigodes a la dom Pedro: simpatia transmontana

Dessa vez, a coisa é séria, segundo soube pelo Neto, ex-garçom e hoje braço-direito do Juca em vários empreendimentos (Taberna do Juca, Tasca do Edgar, Adega do Juca II e por aí vai). Nosso intrépido comerciante foi muito amigo do Serafim, também transmontano, que, ao adoecer, passou a casa ao conterrâneo, diante da resistência dos filhos em tocar o negócio. Sempre gostei muito do clima do Bar do Serafim, hoje mais aos cuidados do sócio de Juca, Marcelo, filho de um dos ex-sócios do Belmonte (o original).

Grande Juca, estou torcendo por sua recuperação.

Outra nota triste e atrasada: o seu Antonio da Adega Pérola faleceu. Soube pela turma de lá, que a filha assumiu o negócio e, em princípio, pretende tocar as coisas do jeito que o pai fazia. Vamos torcer. Estive lá outro dia e os petiscos continuavam sensacionais, com destaque para os rollmops. É uma pena que não consegui realizar a idéia de entrevistar seu Antonio, testemunha de acontecimento marcantes nos anos 60 em Copacabana, na época do Teatro Opinião, e mais tarde, na efervescência dos anos 70-80. Tenho certeza que ele teria grandes histórias para contar. Sempre na dele, seu Antonio tocava a Pérola com uma autoridade silenciosa e eficaz.


Seu Antonio, atrás do balcão, de onde comandava silenciosamente a Adega

Bem, ficam aqui os registros.

Nenhum comentário: