sábado, 25 de agosto de 2012

Entre folhas

As espessuras da memória variam com os dias que escorrem por mim. Mormaço. Por todos os cantos se espalha a sensação daquele momento preciso, que o tempo desfez na poeira parada, suspensa. Terra ensolarada repartida em raios diagonais, entre folhas. Cidade fantasma, Minas afora, Goiás adentro. Terrosa. Cruzamento de caminhos. Sertão. Mas de algum modo, por uma luz, um cheiro, uma intuição, reencontro você nos interstícios dos instantes. Arrepio. Um fluxo fora da normalidade, um presságio. Assombro. Sempre um zás. Inapreensível exceto na falta. Como a fenda por onde me engole. Memória do que foi sem ter sido. É no hiato dos instantes que a sinto. Desencarnada. E, no entanto, se materializa e se instala no nervo ótico. Parasita. E o mundo então ganha cores e meus pés seguem cegos. Veredas..E deixo o rio me levar, a cada novo instante que se repete incessante.

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