quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Histeria

Ela diz que não é
Que não quer... quem sabe, talvez
E sorri um sim escondido
Encardido amarelo, enrustido
Ela diz que não deita
Que não sou de sua seita
Mas aceita, esquecida, o carinho
Se ajeita, e abre, quase sem culpa,
O caminho das Índias
Goza perplexa, e morre de susto
O prazer espremido, derramado
Esquecido, no sim apressado
Grito abafado, logo afogado
Enquanto diz que não quer
Que não é... quem sabe, talvez


3 comentários:

ips disse...

poesia tem que ter mote e você está um poço de. tá tudo dominado! tá tudo burilado!

ipaco disse...

Pois é, poesia é foda. Eu não sei fazer. Só escritor grande faz poesia. Beijo!

ips disse...

PT, eu já acho que muito mais gente do que escritor grande faz poesia. poesia, ao menos para mim, não é apanágio disso ou daquilo, desse ou daquele. poesia existe. e os processos são muito variados. pode até ser fruto de uma revelação, de algo ou de um momento em que se diz de certo jeito. aliás, a poesia em si não permite grandes ou pequenos. não há distinção. poesia é. essas coisas de contraste têm origem de outra ordem. o que não nos impede evidentemente de pensar em João Cabral como um grande. Mas isso é outro papo. A poesia é simplesmente uma coisa só: poesia. Caso contrário, não é. ao menos para mim, of course.