Ela diz que não é
Que não quer... quem sabe, talvez
E sorri um sim escondido
Encardido amarelo, enrustido
Ela diz que não deita
Que não sou de sua seita
Mas aceita, esquecida, o carinho
Se ajeita, e abre, quase sem culpa,
O caminho das Índias
Goza perplexa, e morre de susto
O prazer espremido, derramado
Esquecido, no sim apressado
Grito abafado, logo afogado
Enquanto diz que não quer
Que não é... quem sabe, talvez
3 comentários:
poesia tem que ter mote e você está um poço de. tá tudo dominado! tá tudo burilado!
Pois é, poesia é foda. Eu não sei fazer. Só escritor grande faz poesia. Beijo!
PT, eu já acho que muito mais gente do que escritor grande faz poesia. poesia, ao menos para mim, não é apanágio disso ou daquilo, desse ou daquele. poesia existe. e os processos são muito variados. pode até ser fruto de uma revelação, de algo ou de um momento em que se diz de certo jeito. aliás, a poesia em si não permite grandes ou pequenos. não há distinção. poesia é. essas coisas de contraste têm origem de outra ordem. o que não nos impede evidentemente de pensar em João Cabral como um grande. Mas isso é outro papo. A poesia é simplesmente uma coisa só: poesia. Caso contrário, não é. ao menos para mim, of course.
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